Tema da 52ª Reunião da Abeno:

Dimensões do Aprendizado na Graduação

Foto: Rebeca Cordeiro


  

Palavra do coordenador

 

Prezados Colegas,

A cidade mineira de Juiz de Fora está orgulhosa em sediar, nos dias 5,6 e 7 de julho, a 52ª Reunião da Abeno! Esperamos criar um ambiente acolhedor e, no melhor estilo mineiro, proporcionar momentos favoráveis para que os participantes possam interagir e discutir os rumos do ensino odontológico!

Como em anos anteriores, procuramos elaborar um programa que possa corresponder às necessidades de formação e atualização dos diferentes participantes. Este será, sem dúvida, um momento excelente para partilharmos conhecimentos e experiências e para nos conhecermos melhor, permitindo, deste modo, estabelecer parcerias e criar ligações que permitam enfrentar com mais otimismo e assertividade os desafios que os tempos atuais nos trazem.

Para atingir nossos objetivos, contamos com a presença de palestrantes de elevado nível, que seguramente, com o seu saber e experiência, vão contribuir para o sucesso de mais uma reunião da Abeno.

Mas, o sucesso não será possível sem a presença de todos os que, de uma ou de outra forma, participam conosco nestes três dias dedicados à melhoria da Educação em Odontologia, incluindo congressistas, organizadores, patrocinadores e agência oficial.

E porque a sua presença é muito importante, estão desde já convidados e peço que anotem na sua agenda e divulguem a Reunião da Abeno junto de toda a comunidade odontológica.

Prof. Dr. Rodrigo Guerra de Oliveira 
Coordenador Local da 52ª Reunião da Abeno


Conferências do dia 5/7

Abertura do evento: transformações
profundas no ensino e aprendizagem

Com o tema central Dimensões do Aprendizado na Graduação, a abertura da 52ª Reunião, dia 5 de julho próximo, terá como conferencistas os profs. drs. Ricardo Ramos Fragelli (Universidade de Brasília- UnB) e Rinaldo Henrique Aguilar da Silva (Faculdade de Medicina de Marília/Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora – Famema/SUPREMA). Fragelli vai abordar a Aprendizagem Ativa e Colaborativa para Além do Conteúdo, entre as 14h00 e 15h30. Já Aguilar enfocará o Desafio da Avaliação da Aprendizagem na Implementação das DCNs nos Cursos de Odontologia, das 17h00 às 18h00. Após a apresentação dos dois conferencistas, haverá Discussão Plenária dos temas apresentados, das 17h00 às 18h00.

Metodologias ativas: ensinar
é a melhor forma de aprender

Para o prof. Ricardo Fragelli, “o ensino da Odontologia no Brasil passa por profundas transformações avançando do ensino bancário para um modelo crítico, reflexivo, como exibem as Diretrizes Curriculares Nacionais”.  Nesse sentido, ressalta que em sua conferência - Aprendizagem Ativa e Colaborativa, para Além do Conteúdo - abordará as possibilidades dos processos de ensino-aprendizagem apontando as metodologias ativas como um caminho profícuo para o conhecimento, dando especial destaque a três métodos - Rei da derivada, Summaê e Trezentos - que defendem a criação de ambientes de aprendizagem baseados na colaboração e apresentam um panorama educacional de integração e aprendizagem significativa, com mais solidariedade e menos reprovação. Esses métodos são utilizados por diversas instituições no País e em várias áreas do conhecimento, sendo a Odontologia uma delas.

O aluno como protagonista - A aprendizagem ativa ocorre quando o estudante é colocado como protagonista na construção de sua aprendizagem, na ancoragem de conceitos e quando é responsável pelos seus próprios caminhos de aprendizagem, explica Fragelli. Em um passo mais adiante e complementar – afirma - está a colaboração, na qual buscamos níveis de aprendizagem mais complexos, aprofundando no entendimento do conteúdo mas também indo para além dele.

Foto: Eduardo Lamounier

“Nós, professores, sabemos que ensinar é uma das melhores formas de aprender e infelizmente pouco utilizamos desse saber para criar situações em que o nosso estudante aprenda ensinando. Os estudantes de Odontologia possuem matérias complexas em que a heterogenia se potencializa, ou seja, alguns têm um rendimento maior que outros”, afirma.

Ele destaca também que a colaboração bem planejada pode fazer com que os estudantes com melhor rendimento consigam melhorar ainda mais ao ensinarem aos estudantes com dificuldades de aprendizagem. Os estudantes com baixo rendimento também são beneficiados, pois resgatam suas notas e o prazer pela matéria. Um estudante que era ajudante em algum momento, se torna ajudado em outro e esse fluxo provoca um entendimento sobre si, sobre a matéria e sobre os colegas. 

Ambiente de colaboração diminui isolamento - “Além disso, ressalta o prof. Fragelli, ao criar situações de colaboração, ficam diminuídas as situações de isolamento, que é um dos principais fatores de desmotivação dos estudantes”. Por fim – complementa - ainda há o benefício mútuo da construção de uma empatia sincera, nas quais os grupos foram criados pelo potencial de colaboração e não por simples afinidades, o que auxilia em um profissional com maior empatia com seus pacientes e um tratamento mais humanizado.

Quem é - O prof. Ricardo Ramos Fragelli tem graduação em Engenharia Mecânica (2000), Mestrado em Engenharia Mecânica (2003) e Doutorado em Ciências Mecânicas, todos pela Universidade de Brasília (2010). Atualmente é professor Adjunto da Universidade de Brasília, onde recebeu vários prêmios nacionais no uso de TICs na educação superior e inovações no Ensino de Engenharia. É líder do Grupo de Pesquisas em Sistemas Inteligentes e Adaptativos (GPSIA) da Faculdade UnB Gama (FGA) onde desenvolve pesquisas em Sistemas Tutores Inteligentes e Adaptativos aplicados à Educação e assuntos correlatos tais como Mecânica Computacional, Simuladores Interativos, Redes Quantizadas, Educação em Engenharia, Educação a Distância e Objetos de Aprendizagem Multiformes.

 

Com as DCNs, o desafio das escolas realizarem transformações curriculares

“Desde a promulgação das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para o curso de Odontologia as escolas possuem o desafio de realizar transformações curriculares,” afirma o prof. Rinaldo Henrique Aguilar, da Famema/SUPREMA. Para o educador, estas transformações não passam somente pela revisão dos currículos, mas, sobretudo, pela necessária modificação do comportamento e atuação do professor.

“Assim, mesmo para escolas que conseguiram avançar com a implantação de Métodos Ativos de Ensino Aprendizagem, passada mais de uma década das DCNs, constatamos uma série de dificuldades que apontam o paradigma de atuação docente como o principal problema a ser vencido”, afirma.

Desconforto - O prof. Aguilar aponta que “além disto, as vivências internas dos cursos de Odontologia sempre revelam um desconforto quanto às DCNs, sinalizando que algo parece não ir bem ou de não estar no local adequado”.  

De acordo com suas palavras, esse desconforto direciona à reflexão sobre a forma de como as DCNs têm sido aplicadas na graduação, sua relação com os pressupostos teórico-filosóficos e os diversos entendimentos sobre a atuação docente.

Quem é - O prof. dr. Rinaldo Henrique Aguilar tem pós-doutorado em Ensino em Saúde pelo Centro de Desenvolvimento do Ensino Superior em Saúde (Cedess-Unifesp), doutorado em Genética Médica pela Universidade Federal de São Carlos, mestrado em Genética Médica pela Universidade Federal de São Carlos, especialização em Administração Universitária e Gestão Acadêmica. É docente do Programa de Pós-graduação stricto-sensu em Ensino em Saúde da Famema; orientador no Programa de Pós-graduação em Ensino em Saúde da Famema e docente do Curso de Medicina e Enfermagem da Famema. Participou como Membro Gestor da Comissão de Avaliação das Escolas Médicas (Caem), da Associação Brasileira de Educação Médica no Projeto de Avaliação das Tendências de Mudanças nas Escolas Médicas Brasileiras. Integrou ativamente do processo de mudança curricular da Famema no desenvolvimento de um processo de ensino-aprendizagem centrado no estudante, utilizando metodologias ativas de ensino/aprendizagem, baseado em competências profissionais. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em avaliação e métodos de ensino-aprendizagem, atuando principalmente nos seguintes temas: Ensino Interprofissional em Saúde, Competências Profissionais, Avaliação, Educação.


Conferências do dia 6/7:

Aprendizado na Graduação e Plano Nacional de Educação

Estão programadas  conferências também  sobre Dimensões do Aprendizado na Graduação, com a profa.dra. Maria Cristina Manzanares Céspedes, da Universidade de Barcelona, no dia 6 de julho, às 14h00. Em seguida, às 15h00, será a apresentação sobre Plano Nacional de Educação a e Inclusão da Extensão nos Currículos dos Cursos de Graduação, feita pela profa. dra. Ana Inês Souza, professora associada- DESP/EEAM, superintendente acadêmica de Extensão, Pró-Feitoria de Extensão, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Em seguida, entre 16h00 e 16h30 haverá espaço para discussões plenárias, também sobre Estágios Supervisionados.

Três conferências no dia 7/7:

  • Perspectivas do EAD no Brasil

  • Enade: prova 2016 e perspectivas 

  • Novas Diretrizes Curriculares para os Cursos de Saúde

Veja a grade completa e informações sobre

inscrições e acomodação para a   

52ª Reunião da Abeno no hotsite do evento em:

http://reuniaoanual.abeno.org.br/52reuniao/

 

A Associação Brasileira de Ensino Odontológico foi fundada em 1956 e congrega representantes das instituições de ensino odontológico no Brasil. Consolidou-se como espaço privilegiado de debate de políticas no setor, permitindo o encontro de lideranças, formuladores de políticas, diretores de faculdades, coordenadores de curso, professores e alunos de graduação e pós-graduação preocupados com a educação do cirurgião-dentista. www.abeno.org.br